Um pouco da história...

Pe. Ezequiel Dal Pozzo nasceu na cidade de Paraí. Desde criança demonstrava vocação para o canto. Cantava músicas de vários estilos. Na escola, representava a turma, quando houvesse alguma atividade envolvendo a apresentação de cantos e com os amigos não era diferente.
Sacerdote do clero secular da Diocese de Caxias do Sul, foi ordenado sacerdote no dia 17 de fevereiro de 2007. Atua na paróquia Santa Fé, cidade de Caxias do Sul. Ao ingressar no Seminário, cultivou a atividade do canto e começou a compor algumas canções, que manifestavam o louvor a Deus e o cuidado com a vida. Muito embora, sempre conservou o estudo da filosofia e a teologia como prioridade.

AGENDA - SETEMBRO

03 – Caxias – Paróquia Pio X – Palestra
27 – Campo Bom – Formação Litúrgica
28 – Nova Prata – Palestra

AGENDA - OUTUBRO

05 - Marau - Palestra
09 – Erechim – Show
23 – Farroupilha – Palestra

AGENDA - NOVEMBRO

26 – Garibaldi – Palestra

AGENDA - DEZEMBRO

09 – Farroupilha
23 –Praia Grande - SC – Show


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A NECESSIDADE DA TERNURA E DO “SABER CUIDAR” EM EDUCAÇÃO

Elisbeth Vasques1
Nei Alberto Salles Filho2

As idéias que surgem nas linhas a seguir são fruto de intensa “pesquisa” realizada nos “livros da vida”. São idéias que aparecem na medida em que impressões, reflexões, leituras, estudos e o compartilhar de idéias vão surgindo entre pessoas que sonham, pensam e acreditam em novos olhares para as relações que se estabelecem em educação, especialmente entre professores e alunos. São idéias iniciais sem pretensão acadêmica, mas com um enorme desejo de poder servir para que seus leitores, ligados a qualquer dimensão da educação, possam pensar e refletir sobre como “vivem sua vida de professor e professora”.
A idéia inicial das linhas que vão surgindo é trazer algumas contribuições de duas percepções sobre o mundo e suas relações. Uma delas a de Luis Carlos Restrepo no livro “O direito à ternura” e a outra de Leonardo Boff em “Saber cuidar”. Começamos com Restrepo que no início de seu livro diz “a ternura só é reconhecida como parte do amor maternal ou na relação da criança com seu bichinho de pelúcia”, portanto as outras condições que não as citadas acabam sendo dimensões não permitidas da ternura. Restrepo ainda aprofunda quando diz que basta olharmos para muitas famílias hoje, pois o lugar que deveria “ser um ninho de amor se converte freqüentemente em foco de violência Basta “farejar” a relação de um casal para perceber os maus-tratos e a dor que se aninham na convivência diária”.
Os argumentos iniciais de nossa reflexão se dão no sentido dos professores e professoras observarem inicialmente suas relações próximas em casa, uma vez que são elas que muitas vezes dão a dimensão de nossas ações também em outros espaços, especialmente na escola. Para Restrepo tanto ricos como pobres “iletrados e pós-graduados todos acabam igualmente enredados em suas relações afetivas...”.
Feito esse primeiro exame, deparamos com outra constatação levantada pelo autor, a de que o conhecimento abstrato e intelectual, mediado especialmente pela visão e audição torna-se a única forma aceita. Assim, tudo mais, percepções, tato, intuição são consideradas como desvios ao processo de aprendizagem. Para Restrepo, nesse sentido, para a criança assistir às aulas “bastar-lhe-ia ter um par de olhos, seus ouvidos e suas mãos, excluindo-se para sua comodidade os outros sentidos e o resto do corpo. Se pudesse fazer cumprir uma ordem assim, a escola pediria aos alunos que viessem apenas com seus olhos e ouvidos, ocasionalmente acompanhados da mão, em atitude de segurar um lápis, deixando o resto do corpo bem resguardado em casa” .
Caminhando com Leonardo Boff em suas reflexões diz: “o sintoma mais doloroso da crise civilizacional é um difuso mal estar da civilização. E aparece sob o fenômeno do descuido, do descaso e do abandono, numa palavra da falta de cuidado”. Nesse sentido, Boff expressa a necessidade do “saber cuidar”, que significa “reconhecer o cuidado como um modo de ser-essencial, sempre presente e irredutível a outra realidade anterior”. Para Boff o que se opõe ao descuido e descaso é o cuidado. “Cuidar seria mais que um ato, seria uma atitude. Portanto abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação. De responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.”
Ao considerar o ser humano, nesta perspectiva, como um ser que necessita de cuidados, importa ter presente que ele é um ser de relações e, portanto, a comunicação, o respeito e o envolvimento afetivo são uma necessidade e um fator constitutivo. Esses elementos atingem todos os seres humanos, incluindo é claro, o educador e o educando, sujeitos ativos do processo ensino e aprendizagem e por que não estender esse raciocínio para todas as pessoas que passam pelas vidas de educadores e educandos.
No processo educacional, o professor é o mediador do saber, entendido aqui como todas as relações de troca e avanço no conhecimento. Assim quando temos turmas desmotivadas e alunos diferenciados o caminho para essas trocas e avanços deve ser múltiplo, ajustado as necessidades de cada ser humano, criando elos entre educador e educando. A nós educadores, é necessário encontrar as “chaves certas” para cada aluno, que abrirão as caixas de dialogo no mundo físico e interior.
Cada aluno é um caso especifico. Dentro dessa perspectiva, o educando não deve ser considerado apenas massa a ser informada, mas sim como um sujeito capaz de construir-se a si mesmo, através de atividade, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos, inteligência, etc. Através disso podemos dizer que o educando nem possui todo saber, nem é pura ignorância. Para Boff, o grande desafio para o ser humano é combinar trabalho com cuidado. O equivoco consiste em opor uma dimensão a outra. Separando materialidade de espiritualidade. Assim, devemos sempre nos perguntar qual o significado de nossa atividade, pois a educação é muito mais complexa do que se pode imaginar. Devemos além da competência técnica e cientifica possuirmos amor a profissão, pois educar é uma arte, arte de viver e compartilhar! É preciso desejar ensinar, é preciso querer ensinar. De certa forma é preciso ter paixão para ensinar. É necessário estar em sintonia com aquilo que se faz, para que se crie um vínculo, onde a relação professor-aluno seja aberta, com trocas de experiências e construção de conhecimentos e valores.
Para ser professor é necessário muito estudo, muito comprometimento político e profissional, mas não apenas isso. É preciso ter comprometimento, ter uma ternura que se manifeste de forma afetiva. A educação, especialmente no terceiro milênio exige que seja feita essa ligação entre materialidade e espiritualidade, para que a “arte de ensinar” seja realmente realizada.
Encaminhar, estender, ver, sentir, falar, amparar, agir, construir, observar, acompanhar, respeitar, rever, animar, ouvir, indagar, perceber, qualificar..Saber cuidar!
Para saber mais e mais...
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do ser humano – compaixão pela terra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
RESTREPO, Luis Carlos. O direito à ternura. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

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